Uma vez eu conversava com um jovem colega. Ele também escrevia. E eu perguntei a ele:
- Como você faz para construir seus personagens?
Ele me disse:
- Eu leio bastante, leio até jornais.
Eu o entendi. Mas prometi a ele que não usaria o método dele para criar. E tenho cumprido a promessa. Ele me perguntou:
- Você tem uma causa?
- Nenhuma. Eu crio com base na memória. - Isso eu já mencionei neste diário.
Conversar é bom. Eu até acho que é onde começa a liberdade de expressão. Por exemplo, quando conhecemos uma pessoa e a pessoa é interessante, e há disponibilidade dela conosco. Eu e ela, travamos um diálogo. Aqui onde moro conversar se chama dar idéia. E isso nunca me trouxe problema. Mas também só me relaciono com bons cidadãos. E me esforço em ser um bom cidadão. Como eu escrevo, e todos sabem disso, o lucro é meu.
Quando eu trabalhava, havia lá no nosso meio, um dito:
- Pense para falar. - Usado quando alguém dava um fora.
Não devemos pensar que quando escrevemos vamos poder evitar as correções. Eu corrijo muito. E não escondo isto. Não é pecado.