Um dia me perguntaram qual era o meu processo criativo. Eu não soube responder. É que as modas literárias vão surgindo e apontando caminhos. E eu vinha criando assim mesmo. Até que um dia me veio um número de um jornal literário que eu assinava. E lá estava um escritor depondo sobre o processo criativo dele. Correndo fui ler a matéria. Não era nada mais do que a descrição do modo utilizado por ele para fazer letras. Fazer literatura, bem dito. Li e achei interessante.Mas era tarde demais para servir para mim de modelo. E vi que eu tenho meu próprio processo criativo.
E não tem mistério. Eu recorro à minha memória de vida. Às vezes tenho algo a dizer. Ás vezes, não. Mas mesmo assim eu digo algo. E transformo um pequeno fato que me ocorreu num conto, num poema, ou numa crônica. E sei que quem vai achar se escrevo bem, no sentido de ter o que dizer, vai ser o leitor. Aprendi vivendo.