Diário de Aristides Dornas Júnior

Sem Imaginação

Escrito 6 dias atrás 14:26

Estive pensando no que dizer aqui, no diário. E é o caso de imaginar um contista sem imaginação. E ali está o nosso escritor de contos sem imaginação. Diante dele um livro aberto. Eu que faço o meu diário me dou o direito. Ele fecha o livro para ouvir uma pessoa que entra. E a pessoa lhe narra um incidente ocorrido há pouco. E o deixa sem lhe pedir comentários. Era o que lhe faltava para o conto do dia. O incidente em si não tem nada de especial. O que ele pode fazer? Narrá-lo simplesmente? Não, não despertará o interesse de leitor nenhum. Então ele resolve narrar o incidente com uns floreios criativos. E no final do seu trabalho ele mesmo lerá e vai conferir se está bom. Mas bom para ele é bom para ser lido. E poderá melhorar o trabalho se seu juízo crítico estiver funcionando. E vai até onde é possível. Porque retocar muito pode é estragar tudo. E enfim entregar o trabalho ao público leitor. E se vierem entrevistá-lo, caso o conto seja um sucesso, ele dirá que fez o trabalho pedindo em orações que pudesse agradar.

E a sua última oração será de agradecimento a Deus. Claro, seu trabalho é um sucesso. E sem imaginação.

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