Um escrito inspirado pode não ser reconhecido como Literatura. Mas, na verdade, reconhecimento depende muito do tempo histórico. Ainda mais nestes nossos tempos que não têm uma escola literária. Uma escola literária com um nome e com caracteristicas próprias. Que a distinga de todos os escritos que não se suponham literários. O que eu tenho visto é um monte de escritores jogar incenso sobre a palavra. Agora, a palavra, uma carta comercial contém palavras, e etc. E o que tem uma carta comercial a ver com a arte da palavra|?
Claro que fazer da palavra escrita uma obra artística não é um jogo de facilidades. O que eu tenho visto é que os escritores estão saindo de uma fase de obscurantismo. Os que querem ser lidos já, vão escrevendo o que se lhe dá. Inventam que estão seguindo um ou outro artista da moda. E se pegar, pegou. E onde vai parar tudo isso?
A questão não é uniformizar a arte da palavra. É talves dar a chance à leitura do nosso passado literário. Porque temos sim um passado literário. Seguir um músico da moda, é dar a ilusão ao leitor de que ele sabe. E não é assim. Também não existe a arte didática. Nem a arte de esquecer tudo o que já foi feito.
Onde estará o erro? Pode estar nas salas de aulas, mas nem tanto. Pode estar na falta de estímulo à leitura, o que eu acho mais provável.