Claro, que estou pensando em Literatura. E me perguntando se um improviso é possível. Porque nunca li que um autor tivesse escrito de improviso. Mas vou confessar que neste momento eu improviso. Claro, que o meu improviso segue um ritmo que me pertence. Me pertence na medida que tenho o costume de escrever. E quem tem o costume de escrever, pode se metar ao improviso. Só que não sabe se vai ficar bom. E como eu não sei se ao final este texto estará bom, eu me vigio. E vigiando-me eu às vezes paro e releio o que escrevi. De modo que o meu improviso está longe de parecer com o belo improviso de um músico do jazz. Mas a minha tendência é obedecer à beleza da reunião das palavras. E as palavras são belas quando o resultado dá um efeito de beleza estética literária. E para conseguir a beleza estética literária eu li muito, ontem, anteontem e hoje. E agora eu me retiro deste palco das palavras para ler mais.