Treze desejos de Halloween I
6 de Janeiro
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 22/10/22 22:28
Editado: 22/10/22 23:02
Avaliação: Não avaliado
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[Texto Divulgado] "Cinzas no Deserto" Uma história baseada em algumas histórias baseadas em histórias que tanto amamos, de coração. Bora ler.
Não recomendado para menores de dezoito anos
Notas de Cabeçalho

Lembre-se de que seu abusador morrerá.

Mais um, logo mais.

Capítulo Único Treze desejos de Halloween I

Nos trancamos no banheiro de novo, aleatoriamente, como sempre.

"Venho gritado muito de dor" - eu disse.

Eu ouvi: "Sim, sim,".

"O que está doendo?" - disse o reflexo.

"Tudo que há em mim".

Mas o que tem de errado?

Ouviram as narradoras, ambas se entre-olharam.

"A gente vem pensando muito sobre a morte, sobre não restar mais nada, sobre sobre a mediocridade, sobre o perde-perde e toda essa babaquice de marketing".

Hmm, entendi.

Nos olhamos, as três.

"Acho que não vou com a sua cara".

"Nossa cara é a mesma".

"Hmmm... Acho que nossa cara muda de forma".

"Formas sempre piores..."

"Isso, isso..." - esboçamos um olhar doentio, frente a frente.

Uma de nós não se vê, apenas sente, apenas olha, apenas escreve... Bip-bip-bip.

"Maldita Tourette, né?"

"Você nem tem diagnóstico, imbecil".

"Mas é, com certeza é" - um lado nosso confirmou.

"Pode ser coisa pior..."

"Pode ser coisa melhor... Ou, pode ser só loucura, o cérebro falhando, muito THC mofado por muito tempo no cucuruto."

Nos olhamos de novo, cara redonda, cabelos secos, caindo, caindo por todo banheiro.

"Eu não aguento mais nossa mente..."

"Ei... Você me criou, estúpida!"

"Ou... Fomos criadas por você..."

De alguma forma, sempre nos acusamos, é nosso passa-tempo.

"A sessão de terapia é... Hmmm.. Alguma de nós sabe descrever...?"

"Chata..."

"Péssima..."

"Mas o que a terapeuta disse é tudo verdade, mas dói né..."

Dói, vadia, dói.

"Como vai a libido?"

"E você é terapeuta agora? Esquece isso, esquece tudo..."

Olhamos de novo para nossa cara.

Dentes amarelados, nem fumamos, espinhas por todo lado, nem são tantas, mas incomodam, um sorriso que é sempre enjaulado, qual foi a última vez que não sentimos que foi forçado?

Eita, mais um tic. E outro, e outro.

"Pee, poop, bip, pli, uuuh-uhh, porra, merda cacete, pau, puta, inferno, miau, bark".

Acho que viramos um robô.

Ou uma metralhadora de bosta...

Mas se é Tourette, tá explicado a razão de sempre termos sido assim...

"Maldita Tourette".

"Mas você nem..."

"Cala a boca, todas vocês, tenho que voltar ao trabalho."

"Que trabalho?" - rimos e rimos, damos um tapa em nosso rosto.

Se concentra.

Não, no trabalho não... Naquilo... É...

Naquilo que tá coçando aí dentro...

"Eu tenho um desejo".

"Ahhh... Eu tenho vários...' - lambemos o beiço.

"Quero ir no enterro dele, um já se foi, resta um."

"Já te disseram que não vai te fazer bem..."

Ahh, me faria bem demais, vê-lo morto, presunto, podre, roxo, estufado, em breve chorume, em breve ossos, em breve cinzas, em breve nada.

Vai ser uma delícia, ver aquela família medíocre, chorando por aquele arrombado.

"Já pensaram como entraríamos no velório?"

"Podemos entrar bem glamurosas, de óculos escuros, salto alto, um vestido bonito, podemos levar flores mortas e deixar junto com as que em breve irão morrer".

"Hmmm... Eles sabem quem nós somos, iriam te bater".

"Verdade..."

Bom, pensamos.

Excelente.

Passamos anos sonhando com isso.

Isso tem ocupado nossa mente, já que a polícia não fez nada... Mas o câncer está fazendo... Apodrecendo o velho cu a dentro, literalmente.

Demos risadas, enquanto isso o celular apita, deve ser outra demanda de trabalho chata... Não... Deixa tocar... Finge que a internet caiu.

Vamos imaginar...

"Podemos entrar bem discretas, e olhar bem na cara nojenta dele, ter certeza de que acabou, de que não vai machucar mais nem uma menina, de que ele não voltará nesta vida e de que sofrerá nas próximas, se existirem..."

Imaginar aquele presuntão, escroto, me dá vontade de cuspir. Poderíamos cuspir nele? Acho que seria crime. Acho que seria anti-ético. Acho que seríamos canceladas na internet.

"Meu desejo de Halloween, é que ele morra esse ano, para eu poder começar a viver."

Um pedido nada cristão, nada puro, nada ético.

Mas delicioso.

Dizem que depois de morto, o espírito ainda visita a casa dos que passaram pela vida dele, cuidado, ele pode se tornar um obssessor.

Merda. Verdade. Aí sim, eu teria de me matar.

Bom, concluindo... Temos mesmo que voltar ao trabalho, vai logo, conclui...

"Nosso desejo de Halloween, é que isso, de alguma forma, tenha um fim".

❖❖❖
Notas de Rodapé

decidi cuspir a merda pra fora, nada cristão, mas um alívio certo.

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