Ele ia pela rua pensando. Tinha se desententido com a mulher. Por bobagem. E os dois filhos tomaram o partido dela. E chegou em casa, e disse à mulher:
- Não tem solução, vamos nos separar.
E de fato ele tomou as providências. E lá foram ao fórum. O juiz deu o veredito:
- Estão divorciados.
Eles dois consortes assinaram o divórcio. Saíram dali e cada um tomou o rumo de sua casa.
Ela chegou na sua casa e estava pensativa. Fazer o que? O divórcio lhe faria bem. E de fato fez.
Um dia ela ouviu uma canção no rádio. A canção dizia de uma mulher já refeita. Ela se alegrou.
Os dias se passaram. Dia de ver os filhos, eles vieram até ela. Ela os recebeu com alegria.
E assim os dias foram se passando. Até que ela encontrou novo amor.
Realmente estava livre de novo para amar. Os filhos a esta altura teriam que aceitar. E aceitaram.
Não era o caso de ela dar mal exemplo. Os dois filhos já eram maiores.
Vinham, os dois filhos, sempre vê-la. Era um tempo em que o divórcio era um santo remédio. E é até hoje.
Ela tinha o dom da escrita. Pôs-se então a escrever. O seu novo amor lhe dava força:
- Isso, amor, escreva. Tem tanta mulher escritora.
E ela ganhou fama, escritora.
E viu o quanto o divórcio lhe fez bem.
Só que não dava força a ninguém em casos sentimentais, cada caso é um caso.