Um homem ia descendo pela rua. Dois enamorados se despediam. E se despediam entre abraços. E enfim o namorado se foi. O homem olhou e sorriu. Estava claro que o casal era gente boa. E o homem ainda se lembrou de um professor seu que disse:
- Legal é quem está dentro da lei.
É que o homem tinha feito Filosofia, na faculdade, quando era jovem. E ele não viu nada demais naquele casal. Portanto eram pessoas dentro da lei, e logo legais. Mas tudo isso mexeu com o homem. Claro, na época em que ele era estudante, ele tinha uma namorada.
E o jeito que o seu namoro aconteceu. Ele jurava que amava a namorada. Mas na verdade o que acontecia é que mal tinham tempo de namorar. Iam para a escola, depois do trabalho, os dois. E durante o dia, trabalhavam também os dois. Mas chegava o fim de semana, eles estudavam juntos e aproveitavam e namoravam. Entre uma jura de amor e outra, eles discordaram nos estudos e terminaram.
Terminaram tão bruscamente que nenhum dos dois viu um modo de reatar o namoro. Ele nunca mais amou ninguém. Não que não tivesse ele modo de manter-se e a um novo amor. Ali estava ele, sobrevivendo e bem.
Neste momento das lembranças ele, o homem, entristeceu. Então, procurou pensar em outra coisa.
E pensou que se os namorados que se despediam fossem conhecidos seus ele os cumprimentaria. E caso fosse o caso, até desejaria alguma forma de felicidades aos dois.
O homem chegou à sua casa. Rodou a chave na fechadura, abriu a porta e entrou.
Mas o homem divisou uma alegria naquilo tudo. Afinal porque enxergar tristeza. O que ele, o homem vira fora a promessa de muita felicidade.
E o homem enfim sorriu feliz. E o homem viu que a tristeza que sentiu fora coisa sua, que o mundo girava e nele ainda havia sorrisos.