Mãe, que foi a que cuidou de mim recém-nascido, eu me devoto à sua lembrança. Eu vinha sempre da capital para cá, só para vê-la e saber como ela vivia a velhice. Ela se ria ao me ver, e o meu coração batia mais forte.
Mas é verdade, somos frágeis. E a vida, pode parecer longa, mas não é. Por isso vivi a minha procurando sempre estar em paz comigo.
E hoje estou aqui, feliz.
Este conto é sobre mim, e minha mãe. E para que eu mereça contá-lo vou me confessar a vocês, sempre fui católico. E considero a religião necessária presença na vida das gentes. Porque a fé ajuda muito.
E tem certos acontecimentos, que a gente considera um milagre na vida da gente. E vou lhes contar um milagre que me aconteceu.
Estava eu procurando um modo de escrever e publicar. Para que tudo tenha um mérito, eu considero este espaço um acontecimento na literatura. E eu estava meio perdido, sem saber como voltar a ele.
E não é que fui me lembrar de um recém conhecido meu. Ele foi quem me disse:
- Tem pessoas que são ajudadas.
Eu não retruquei nada a ele. Eu mesmo fui ajudado muito nesta vida, por estranhos a mim. E leia bem: estranhos não quer dizer malfeitores, ou algo parecido. Porque há muitos estranhos que são bons de coração. A palavra estranho só nomeia alguém com quem não estamos acostumados, ou que não conhecemos bem.
Pois, estava eu sem a senha minha. Pensei:
- Será que hoje eu vou ficar em silêncio?
E aí, me devolveram o direito de escrever. Eu considero até agora isto um milagre. Para que o milagre acontecesse, vim à minha mãe que me aconselhou:
- Reze, meu filho, que tudo acontece bem. - esta fala foi uma ajuda e tanto.
E me lembrei do recém conhecido meu. Eu diria a ele agora:
- Acabo de ser ajudado, por minha mãe e por minha fé em Deus.