Quem é capaz de amar uma mulher livre?
6 de Janeiro
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 10/02/25 17:48
Editado: 10/02/25 17:53
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min
Apreciadores: 1
Comentários: 0
Total de Visualizações: 64
Usuários que Visualizaram: 2
Palavras: 355
[Texto Divulgado] "Terra embaixo das unhas" Em um sábado abafado, enquanto tudo parece estar exatamente onde deveria, Lídia começa a ter a sensação persistente de que há algo enterrado – e que todos sabem o que é, menos ela.
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Queimada na fogueira santa...

Capítulo Único Quem é capaz de amar uma mulher livre?

Quem é capaz de amar uma mulher livre?

A pergunta que sempre faço

Procuro, procuro e não os acho

Sempre que disseram me amar

Se provaram falsos

Pois sentimentos só se provam

Com atos

Quem é capaz de amar uma mulher livre?

Pois enquanto eles fazem

O que fazem desde cedo

As mulheres foram ensinadas

A sentir medo

Pois quando me mandam calar

Eu falo, quando me mandam parar,

Não paro

De repente sou muito rebelde

Depois muito calma

Muito sábia, mas muito limitada

Muito engessada, depois muito ousada

Muito áspera, muito fria

Muito viciante, muito quente

Mas eu nunca, nunca, nunca

Serei o suficiente

Para quem só me enxerga

Pelos reflexos da própria mente

Não sou sua musa, sua deusa, sua anja, ou princesa

Tantos elogios vazios

Só me fazem sentir doente

Quando percebem que não sou moldada

Ao formato do desejo deles

De repente se rebelam, se mordem,

me cospem da boca, bloqueiam

Quem é capaz de amar uma mulher livre?

Com suas nuances e certezas

Tenho muito mais para colocar na mesa

Do que falsas promessas

Sou a filha mais velha da mãe solo negra

Ela me ensinou a superar tragédias

Me ensinou grandeza, leveza e resistência

Me ensinou a subir e descer cada ladeira

Me ensinou que errar e recomeçar sempre vai fazer parte

Pois meu primeiro brinquedo

Foi papel, caneta e arte

Ela é uma mulher livre

Que me criou pra nunca contar com a sorte

A só fazer rima forte

A ver amor em cada ângulo

E nunca esperar que me deem tanto

Afinal, já está tudo aqui

E o que ainda não tenho,

- Há de vir até mim!

Então, não venha com esse papo

De que homens são de marte,

E antes que eu me farte

Por favor, nem se aproxime

Minha rota é sempre íngrime

E mesmo assim, não podem me alcançar

Mas ainda me pergunto

Quem será que é capaz

De uma mulher livre amar?

De dar espaço pra ela voar

Do brilho não invibilizar

Do prazer não demonizar...

Quem diabos é capaz

De uma mulher livre amar?

Só ela,

Só ela é mesma, é capaz.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Quanto mais o fogo ardia, mais ela ria...

Apreciadores (1)
Comentários (0) Ninguém comentou este texto ainda. Seja o primeiro a deixar um comentário!

Outras obras de 6 de Janeiro

Outras obras do gênero Ação

Outras obras do gênero Crítica

Outras obras do gênero Crônica

Outras obras do gênero Drama