Três luas, duas divindades
6 de Janeiro
Tipo: Lírico
Postado: 25/10/24 14:26
Editado: 25/10/24 14:37
Gênero(s): Drama Fantasia LGBT Poema
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 1
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Palavras: 312
Não recomendado para menores de catorze anos
Notas de Cabeçalho

Escrito há muitos meses atrás, para uma fada que já voltou para a Terra do Nunca...

Capítulo Único Três luas, duas divindades

não queria ter de escrever sobre ela

mas é impossível evitar

faço pausas longas, arrumo meus óculos

respiro profundamente e a cabeça dói

a visão fica turva, meu corpo não responde mais

é isso.

talvez seja isso,

e pensar nisso,

faz meu coração

se afogar lentamente

naquele cheiro

naquelas tranças

naqueles grandes lábios sorridentes

naquela deliciosa boca

adornada com os mais

perfeitos dentes

naquela pele lisa

delicada e suave

e macia e quente

e em como nossas testas

se encaixam

entre as pausas

de nossos beijos incandescentes

o longo silêncio

poético e estridente

vem de novo

quando falo sobre ela

para meus amigos

que sabem exatamente como eu fico

quando um ser de luz desses

resolve me visitar aqui na Terra

e levar de mim, todo o breu

mas temo admitir,

que estou

assombrosamente maravilhada

por aquele pequeno rosto

que brilha no sol

e na lua

transtornada

por aquela voz

suavemente doce

aquela risada contagiante

aquelas mãos grandes

de pianista

que abrigam as minhas

tão, tão bem

andamos entrelaçadas

pelo bar mais sujo da cidade

e eu fiz vista grossa

pra qualquer par de olhos

que ousasse se intrometer

talvez só ela saiba

o que viu em mim

nesse ser confuso

cheio de marcas

de traumas grotescos

que arranham cada parte do meu ser

e não me permitem sentir

tão intensamente,

quanto antes eu já senti

mas ela docemente sorri

e acaricia meus dedos

diz que eu não pareço ser assim

talvez só eu saiba

o que eu não quero

que ela nunca veja em mim

mas eu amei ceder

um rústico e suave toque

um sopro que apaga

as fagulhas enfeitiçadas

por três luas, duas divindades

foram encharcadas

com borrifadas de emoção

parece ser tão surreal

quando finalmente

o afeto de outro alguém

não é ilusão

é que as estrelas nos olhos dela,

brilham mais para mim

que estou na escuridão.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Cada vez que você diz que não acredita em fadas, uma delas acaba morrendo, em algum lugar do mundo... Ou, é o que dizem os contos.

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