O REINO DAS MALDIÇÕES
De tantos reinos, apenas mais um.
De tantos castelos, alguns blocos a mais.
De tantas pessoas, não há sentimento algum.
De tantas chuvas, morrem os animais.
Ao ouvir um pássaro, sabia que sonhava.
Um sonho que não lhe pertencia.
Uma harmonia que não existia.
Tristemente o cidadão acordava.
Tomando seu café.
De leite novo, porém sem graça.
Ia ao trabalho a pé.
Sem esperar nenhuma taça.
Por mais que estivesse sol, a neblina nunca passava.
Nem a luz mais alta de um faról, iluminava o caminho da estrada.
A estrada, trilhada, por mentiras deslavadas.
Por esperanças roubadas.
Por metas não alcançadas.
De cansado, morreu trabalhando
De vagabundo, morreu descansando
Apenas mais um que morreu
Num reino de pessoas tentando.