você drena minhas energias. suga minha animação de meu corpo como um vampiro suga sangue; chupacabra. já não sei se é por intenção ou não, mas afirmo que fica mais suspeito a cada vez. você repete os ciclos; chove, escorre, infiltra em minha mente, depois segue feito leito calmo de um rio (mas tipo o amazonas, na real), daí evapora e espera pra chover de novo. parece que escolhe até quando precipita, porque chove na minha cabeça quando minha imunidade tá menor.
você diz que sorri comigo, mas quando minha coroa reluz brilhante, insiste em ignorar. não só não enxerga meu brilho, mas não me vê quando preciso de seus olhos. suas pupilas são opacas para mim. elas refletem cor sépia, algo me diz que não é boa coisa. já vi um arco íris em teus olhos, mas ele sumiu há muito tempo (ou sumiu para mim).
pegue minha tiara, pegue meu colar, pegue meus sonhos, ideias, traumas e felicidades. pegue tudo o que quer ou almeja e leve, fique para ti. se é isso que quer de mim, pode levar. não tenho mais nada a te dar, pois tudo o que dei, rejeitou. se quer pilhar o túmulo do cadáver desanimado que vos fala, fique à vontade. o karma já não é mais meu. entende? você não é mais meu karma.
nunca foi.
não deveria ser.
cada um é karma de si mesmo; suas ações, suas consequências. quis enxugar tuas lágrimas, mas parece que eles são pontiagudos. furaram-me tão fundo e tão fino que só percebi quando a hemorragia já era fatal.
e me machuca mais porque me prometi que não ia mais me machucar desse jeito, você prometeu. mas ainda dói, dói o mesmo e dói igual. por que você insiste em me chutar quando já estou no chão?