Eu me pergunto
se era o acaso
que me deu um amor
de olhos verdes.
Seus olhos
à me olhar
me davam forças
para seguir,
dia
após
dia.
Aquele amor era tão intenso
que poderia ser tão tangível
quanto à grandiosa
Amazônia.
Te garanto, entretanto,
que sua beleza
era muito superior.
Seus pés a trilhar,
nossas brincadeiras
após um turno de trabalho
(cansativo).
Aquela floresta
que eram seus olhos
me davam esperança
para viver e ver
as flores na primavera.
Ele corria para lá,
eu arrumava de cá,
estava cansada,
mesmo assim...
não poderia deixar de amar.
Seria o acaso, talvez?
O momento em que eu soube,
aos pés de uma sacada
do décimo terceiro andar,
que haveria, ainda assim, amor
que haveria, ainda assim, esperança,
que haveria, ainda assim, vida...
em meu próprio ventre.
Meu amor
nasceu de olhos verdes
intesos como uma floresta
e eu mal posso esperar
para ver suas flores e frutas
quando a primavera chegar à nós.