Não Brinque com o Sobrenatural.
Maia
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 26/10/16 11:45
Avaliação: Não avaliado
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Livre para todos os públicos
Capítulo Único Não Brinque com o Sobrenatural.

“Não entre na casa”, eles avisaram e mesmo assim você entrou. “Não brinque com o sobrenatural”, disseram e mesmo assim você brincou e agora, esta aí chorando em um quarto, mesmo que não adiante muito.

Por que você ignorou os avisos de seus amigos e até mesmo os de sua mãe? Pensou que aquelas histórias eram tolicesses, que todos os relatos sobre uma casa demoníaca eram besteiras infantis? O quão errado os humanos são, eles acham que são imunes a tudo e que nada vai feri-los, você foi uma prova desse pensamento fútil.

Agora esta aí correndo pelos cantos a procura de uma saída, mas deixe-me te falar uma coisa; aqui não tem saída, não tem escapatória. Você pode tentar se esconder, mas uma hora vamos te encontrar. Se pensou que sairia daqui como um herói ou seria aplaudido por sobreviver a noite das bruxas em uma casa assombrada, parece que se equivocou. Não definitivamente não, você vai continuar aqui, assim como as outras almas que tiveram a mesma brilhante ideia antes de ti.

Você escuta passos vagarosos pelo corredor, sua respiração fica mais rápida e mesmo que queira não consegue abafa-la. A sombra de alguém é vista por de baixo da porta, você se desespera e começa a chorar – humanos são tão previsíveis quando assustados. A pessoa volta a andar, você suspira de alívio e escuta atentamente até que o provável assassino tenha sumido do corredor. Então levanta abre a porta com cuidado e corre, a única coisa que passa pela sua cabeça é a sobrevivência, nada mais importa agora.

Desceu as escadas e avistou uma porta, andou até ela com cautela, mas rodeado de esperança, por aquela talvez ser a saída. Engano seu...

A porta foi aberta, mas o que viu ali lhe fez perder a cor. Uma criatura humanoide presa por uma corrente. Ela estava acocada no chão devorando um cadáver – você quis vomitar, mas segurou a ânsia e a mandou-a de volta para o estômago. Fechou a porta e correu para longe dali.

“É apenas um pesadelo, acorde logo!” Você pensou mesmo que seria tão fácil assim? Por mais que corresse não encontrava a saída. Já havia aberto várias portas, cada uma com alguma surpresa pior que a outra. Cansado, abalado e com o psicológico abatido você parou na frente de uma janela, o dia já estava amanhecendo e segundo as histórias quem sobrevivesse à noite de 31 de Outubro poderia sair livre.

Seus olhos recuperaram o brilho outra vez, decidiu correr para a porta de entrada – pelo menos a que julgava ser. Girou a maçaneta com cautela e começou a abri-la vagarosamente, a mesma rangia.

Avistou o jardim da casa, enfim livre do inferno. Correu para o portão sem pensar duas vezes e quando o abriu a surpresa, fora parar em um cômodo da casa. O lugar estava lhe pregando peças. “Deve ser engraçado brincar com as vítimas antes de mata-las”, você pensou. Frustrado e com raiva começou a destruir tudo em seu caminho. Quadros, livros, mesas, prataria e vasos. Nada foi poupado, por mais que sua raiva estivesse sendo exterminada a de outro crescia mais e mais. Não irrite a casa ela pode se vingar.

Escutou um choro, será que não estava sozinho neste pesadelo? Andou até o último quarto. Lá dentro uma garotinha chorava. Ela não parecia ser ameaçadora e você se aproximou dela – a mesma estava de costas.

“Tudo bem pequena, já pode parar de chorar” você disse passando a mão nas costas dela.

“Doces ou travessuras?” a voz que ecoou era macabra e assustadora. A criança sumiu.

Você quis correr, mas a porta se fechou em um estrondo. Seus gritos ecoavam por cada local da velha casa, foi levado até uma sala e amarrado em uma maca. Um homem louco lhe olhou e talvez por você ter traços afeminados a brilhante ideia surgiu.

Alguns cortes aqui e outros ali, quebra osso e troca por uma armação de metal, arranca olho e troca-se por um de vidro, não é necessário intestino e órgãos. Por mais que implorasse ele não parava e você já não conseguia mais gritar, pois a dor tornou-se algo natural. Horas passaram-se e finalmente aquilo terminou, mas para o seu azar a sua vida também. Não era de importância que você continuasse respirando.

Atualmente você é uma alma presa na casa, seu corpo virou uma linda boneca humana – com certeza, foi um dos melhores trabalhos que meu amigo já fez.

Quando te avisaram para não brincar com os demônios você gargalhou como resposta, quando lhe pediram para que desistisse da ideia de entrar na casa você apenas ignorou... Eu te pergunto, valeu mesmo a pena? Espero que na próxima vida você aprenda, mas por agora a sua alma e o que sobrou do seu corpo pertencem a mim.

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