Clarissa passava aquela tarde como havia passado todas as demais daquele ano. Sentada no chão, escorada com as costas contra a parede de seu quarto escuro, ela só conseguia pensar nele. O tempo todo. Em seus sonhos lúcidos, ela navegava pelo seu belo e enigmático sorriso, deixava-se ser consumida por sua masculinidade e conquistava seu amor incondicional e eternamente.
Logo a porta do cômodo se abriu e, para sua sorte, a moça foi presenteada com a presença de sua paixão, um homem forte, alto e com um belo rosto barbado. Como nos demais dias, ele trazia consigo um prato de comida que ele mesmo preparara, apenas para ela.
Infelizmente, dessa vez ele também trazia más notícias.
— Pode ficar tranquila — disse o homem —, recebi uma ligação dos seus pais hoje. Eles aceitaram pagar o resgate— decretou, fazendo Clarissa começar a chorar.