Ele rasteja pelo chão, perto do salão onde flutuam máscaras nas paredes
E ele dança, onde tantos dançam a uma distância
Mas ele também espera, fingindo na sombra daqueles que dançam
E seu coração dança, com abraços em lembranças de um paroxismo
E o horizonte chega, e chega a miragem do sol vitorioso
E o vento sopra, afastando a fumaça de um mundo a queimar
E a fumaça prende-se a ele, revelando os padrões da dança
Quando dançam também árvores de vida, breves brotos de decomposição
Breviários de decadência que amanhecem, balançando ao vento
Além das grutas funéreas dos demônios, na mente que é lar de escorpiões
No tronco a queimar, o lar onde plantaram prole as varejeiras
Onde a cruz curvou-se, e ele anda curvado também
Não é a morte que permanece, nem morrendo ele está
Onde há ruínas de templos, e nas permanências dos fiéis
Tocando o mundo, mas não tocando
Buscando um rosto, mas não buscando
Nem vivendo, ou vivo
Nem nascendo, ou nascido
Nem inferno, ou paraíso