Um barril de pólvora, dez galões de gasolina e cinco bananas de dinamite. A base estava pronta. Sobre ela, um tanque com dez litro de trinitroglicerina. O segundo estágio estava pronto. Sobre ele, uma tábua grossa com uma cadeira pregada. O último estágio também estava pronto. Agora só faltava posicionar Maristela, a sua namorada, no local que lhe era dedicado.
— Ó, minha amada, você sempre quis voar e nunca me dissera nada. Mas hoje realizarei seu desejo.
— Não faça isso, João! Eu te amo!
— Não sei o porquê de você nunca ter me dito que meu pequeno passarinho era insuficiente para lhe levar às nuvens. Era só ter me dito, que eu daria um jeito. Você não precisava procurar por outros passarinhos...
— João, eu nunca me entreguei para outros homens! Para com isso!
— Voe, meu amor. Voe! Hoje lhe dou asas para voar.
Um fósforo foi o suficiente para começar uma reação em cadeia e gerar uma grande explosão. Maristela, em seus vários pedaços, voou pelos céus daquele campo verde e isolado. João, de longe, sentia uma triste dor por nunca mais ver sua amada, mas se sentia feliz por ter permitido que ela realizasse seu sonho.