Hoje eu avistei uma louca, andava nua pelas ruas gritando com os mundanos, recusava-se a acreditar que a humanidade penava em seu medíocre fim, todos jogados no fundo do poço, como se tivesse sido a melhor escolha feita na vida.
Os loucos que tudo sabem oravam pela sanidade dos sãs, afinal o que não é sã, também possui sua própria sanidade e o que possui sua própria sanidade reconhece a loucura que habita em si.
Hoje falei com um louco, extremamente poéticas eram as palavras que jaziam da boca do iludido. Esse prezava a bondade, mesmo sendo tão utópico um mundo bom, porque humanos são maus frutos caídos aos pés de uma árvore divina. O que me faz dizer que...
Hoje sou uma louca, aplaudo com vigor a linha da sociedade, o raciocínio democrático e o poder capitalista. Oro com toda a minha loucura pela sanidade, e pela sanidade vem as loucuras, pois amar, respeitar e buscar melhorar são atos insãs que alguém pode cometer. Pessoas assim deitam em suas camas e esperam o melhor chegar.
Essa insanidade me faz ser uma louca, essa insanidade me faz ser (in)sã.