Era meio do verão, final de fevereiro, o ano não importa. A garota olhou uma última vez a mensagem no celular e saiu de casa, subiu a rua e rumou à moradia do amigo. Com as mãos trêmulas e a mente bagunçada, pensava em como cumprimentá-lo, até que já não tinha mais tempo. Mal chegou e já estavam abrindo a porta. Respirou fundo e disse um “oi” sem graça. Ela era assim. Sem graça. Sempre fora. Era.
Entregou a lembrança ao garoto e recebeu uma singela caixinha com um Pokémon dentro. O preferido dele. E um laço vermelho como adorno. Gracioso, foi o que ela pensou. Depois disso, ela já não era mais tão sem graça, aquele laço de alguma forma estranha pareceu melhorar o dia. Estava firme envolta da caixinha, mas ao mesmo tempo delicado. Quem sabe o outro também não seja vermelho como aquele? Quem sabe...