Os tecidos são feitos,
Cada um é perfeito,
Cada um do seu jeito,
Fruto de meu desejo.
Quadriláteros, círculos,
Trapézios, triângulos...
Monto-os em um rito,
Lindos em cada ângulo.
Solto-os no meio,
Os observo desde do início.
Todos eles eu vejo e espero
Chegarem a seu ponto crítico.
Para depois recomeçar,
No meu ciclo inquestionável.
Vejo-os amar, lutar, criar, matar,
Alguns até tentam me imitar.
Esses são curiosos.
São furiosos, odeiam por amar,
Destroem para salvar,
Não canso de os olhar.
Estão longe de me entender,
Criam dogmas para em mim crer.
Não entendem que estou além.
Cegos, arrogantes, não me têm.
Sou o tudo e o nada,
Sou paradoxal, indescritível
Meu poder é invisível,
O fim e o início.
Crio as regras e eles desvendam,
Todavia, a maioria se venda.
Tão engraçado, querem o poder,
Meu poder, de bom grado.
Já tudo criei, agora assistirei,
A minha obra criar,
Sua obra criar e assim por diante.
Exatamente como planejei.