Deixe me contar uma história. Havia no planeta, uma menina lobo. Corria, respirava e agia por instinto. Era livre. Pela floresta vivia e não se importava se andava pelada, afinal sua pele coberta de pelos revestiam nela um belo vestido que nem a sociedade poderia discordar de sua beleza. Comia outros animais e se vivia em alcateia era a Alfa. Desordem com ela não podia, sempre botava tudo no controle. Mágoas eram apenas cicatrizes, pois sabia que viver de dores não era uma vida sadia. Era inteligente e tentava propagar conhecimento em todos os lugares que ia. Amava a perfeição e buscava encontro marcado com a mesma. Era feliz, porém solitária.
Ah! Se pudesse ao menos viver em sociedade sem ser expulsa por seus conceitos. Ora, sua natureza selvagem era normal, afinal, todos somos animais. Mas, como dizem, somos civilizados. Aprisionamos nossos pelos com vestes ornamentadas: ternos, vestidos e bibelôs. Matamos com armas e não com as “próprias garras”. Comemos a carne de outros animais de forma cozida, assada ou frita. Conquistamos territórios com guerras. Vivemos baseados em sentimentos. Sentimos prazer ao ver a desgraça do outro, gritamos com nossas próprias convicções. Temos inveja daquele que vive sem se preocupar, pois, este sim vive sua vida sendo livre sendo quem é. Não queremos o poder e ansiamos a perfeição? Que mal há propagar a ideia de sermos animais? É simplesmente sádico conhecer a verdade?
Então lhe pergunto: Que tal libertar o animal dentro de si, rasgar de vez essa veste e encarar a verdade que existe sobre você?