Para te amar corretamente
Julih
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 10/05/16 00:12
Editado: 03/03/18 22:29
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 6
Comentários: 3
Total de Visualizações: 1005
Usuários que Visualizaram: 12
Palavras: 434
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Para te amar corretamente

Já sabemos, uma hora vai chegar e vão bater na nossa porta. Tanto faz o motivo e a hora, se você vier comigo, não tem nenhum problema. Não temos do que temer ou do que nos esconder, nem mesmo se for dos meus pesadelos, para o qual eu te arrastei.

Eu sei que nunca foi sua intenção amar essa "problem child", muito menos ignorar a mesma. Acho que sem querer você fez os dois, por fazer os dois, muitas vezes eu fiquei ferida por isso. Mas, yeah, você quem me fez ir ao paraíso - e tantas outras no inferno, que já era minha casa.

Um pouco de coragem, acho que ganhei de você, ou eu roubei. Mas, não tenho mais porque fugir da minha "problem child" que existia, talvez seja por isso que vão bater na nossa porta. Ou, para descontar todas as vezes que eu fugia da minha casa para a sua, apenas para escapar um pouco da tal casa na qual eu vivia.

Pena que eu não pude escapar mais , digo, não disse nada. Mas, vem cá, me dê sua mão, porque eu estou sentindo um pouco de frio. E como nada mais, você me aquece e preenche.

Ao contrário de mim, você não é uma problem child, tão pouco queria que você descobrisse esse mal de mim, mas sou eu, o que fazer, se você me ama e eu te amo, do meu pior e meu melhor, mas principalmente do pior, você vai saber. E quando soube, nunca recuou.

Entendeu, sobretudo, todos meus momentos, e eu tentei entendi os seus. Pelo menos do meu melhor fiz, acho que podia ser bem melhor, como tudo, como até mesmo esse texto completamente horrível aqui, mas foi bom, porque você está aqui ainda.

Das vezes em que eu demorei na volta de casa e nas vezes que eu sequer voltei, você já sabe, vão bater na nossa porta, apenas para incomodar. Logo quando achei que tudo ficaria certo.

Até lá, me prometa;

Quando baterem nessa porta, atenda ela para mim. Até que meu cabelo seque, meu coração não tente me matar e eu consiga lidar com o abandono que senti, talvez seu, talvez deles, talvez de todos. Até lá, você atende a porta para mim?

Conversa com eles para mim?

Se for tão ruim, pode me chamar.

Mas até lá, vou continuar fugindo para de baixo dos nossos cobertores nas noites com trovões, vou correr quando a porta for aberta por você e vou chorar quando longe você estiver.

Para que, depois, você atenda a porta para mim.

Para eu finalmente, te amar corretamente.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Julih versão aborrecênte.

Apreciadores (6)
Comentários (3)
Comentário Favorito
Postado 11/05/16 04:29

SATÃ, CUIDA DELA!

Como já está farta de saber, ODEIO romance. Todavia, a estrutura do texto e o modo como tudo foi narrado são de uma qualidade inegável! Ouso dizer que foi um texto sublime, repleto de emoção que com certeza tocarà os leitores que apreciam e vivenciam/vivenciaram eventos similares.

A senhorita está de parabéns, Julih-chan! O desenvolvimento de sua escrita vem sendo assombroso! Arrependo-me de não ter dado continuidade à nossa parceria inusitada... Parabéns pela obra de arte. Ainda anseio pela madrugada em que lerei una obra "from hell" de sua autoria...

Atenciosamente,

Alguém que deixaria a porta trancada, Diablair.

Postado 11/05/16 13:36

Pois bem, primeiramente muito obrigada pelo lindo comment, depois,

verdade, é bem mais útil deixar a porta trancada.

Sobre a obra from hell, bem, eu adoro longs e gosto de fazer meus personagens se ferrarem, ou no passado deles, ou no atual. Tenho uma história que particularmente quero envolver muita tortura por todo o contexto dela, apesar de que eu nunca experimentei, de fato, escrever cenas de lutas mais detalhadas e nunca nada envolvendo tortura. Mas quem sabe tenha alguma. :D

Postado 10/05/16 10:44

Caramba, Ju...

Sem palavras.. Perfeito demais...

Postado 10/05/16 13:25

Obrigada demais, Vic <3

Postado 31/01/18 20:57

Juro que pensei em primeiro momento que se tratava de um relacionamento chave de cadeia. Depois eu pensei que a nossa pequena problem child fosse ser uma drogada, revendedora de armas e narcóticos. E a conclusão? Eu ainda não sei o que a nossa pequena é; porém sei o que ela sente e vive.

É complicado viver em um mundo na qual tentamos nos esconder; é um meio de sobreviver, de não se deixar vencer. Mas ao mesmo tempo é um caminho tortuoso e dolorido, onde nem sempre as pessoas ficam ao nosso lado como achávamos no início.

Viver é complicado, sobreviver é bem mais.

Fiquei instigada sobre saber mais sobre a personagem. Nos é fornecido quem é seu ponto de refúgio, seu pilar, a pessoa que a acalma nos momentos mais sombrios, mas que também se torna o maior ponto fraco. Mas sobre ela mesmo pouco sabemos.

Parabéns!

Postado 09/02/18 10:43

Talvez ela mesma não saiba se encontrar...?

Obrigada <3