Tenho uma confissão: não consigo viver sem o meu celular. Eu sei que isso é o “problema social do século 21” e que grande parte dos meus amigos - e aposto os seus, também, são viciados e não conseguem viver sem o celular até quando vão ao banheiro. Mas, eu nunca imaginei que viver sem ele durante 24 horas seria uma tarefa tão árdua.
Assim que o meu celular apagou de vez após ter caído na água (da privada, vale lembrar), uma amiga sugeriu um método que ela afirmava ter funcionado com várias pessoas: deixar o celular dentro de um saco de arroz por um dia. Ok, sem problema. Foi aí que começaram os meus problemas. Para melhor compreensão dos leitores, os tópicos abaixo apresentam os meus pensamentos de acordo com o tempo que eu passava sem o celular. Apenas observe a passagem de uma pessoa sã para a insanidade.
10 minutos sem celular: “nossa, fui muito descuidada. Nunca mais vou me perdoar. Eu tinha tanto cuidado. Por que eu tinha que levar o celular para o banheiro? E ainda no bolso? ’’.
30 minutos sem celular: ok, está tudo bem. Posso passar um dia sem ele. Espera... Como vou escutar música enquanto tomar banho ou arrumar o quarto? Deixa. Não é tão importante. Só espero que usar um saco de arroz esteja funcionando”.
Uma hora sem celular: “como vou postar essa foto no Instagram?”.
Três horas sem celular: “como vou combinar os trabalhos da escola sem o WhatsApp?”.
Seis horas sem celular: “como vou acordar às 6:30 se eu usava o alarme do celular? Vou chegar atrasada pelo jeito. Ótimo. QUE ÓTIMO”.
Doze horas sem celular: “COMO EU VOU TERMINAR A CRÔNICA SE TODAS AS IDEIAS E ANOTAÇÕES ESTAVAM NO CELULAR?”.
Dezessete horas sem celular: “preciso escutar música preciso escutar música preciso escutar música preciso escutar música”.
Vinte e duas horas sem celular: “só mais duas horas só mais duas horas só mais duas horas”.
Sim, tudo isso por causa de um celular. E depois que as vinte e quatro horas fecharam, fui conferir se o método do arroz havia funcionado. Nem preciso responder, não é? Não final das contas, fiz algo que já deveria ter feito antes: liguei para a Central de Atendimento ao Cliente - cuja história dá mais uma crônica - e a atendente, Natália (um amor de pessoa), me deu uma solução para o meu problema, mas...
Vou ter que ficar mais duas semanas sem celular.