Tudo que não te ofenda, tem lá sua beleza.
É simples de ver,
É até intrínseco da natureza.
Não somos aquilo que queremos,
Não somos aquilo, sequer, que nos dizem sermos,
Não somos metade de outrem.
Não somos mais um vagando na imensidão,
Somos o um!
Aquela pessoa que sempre quiseste em tua vida, sabe?
Deveria ser a mesma que vês refletida no espelho,
Não te digo para ser narciso,
Mas aceitar-te dentre um intervalo
De 'como és' até 'o que querias ser'
É ter como verdade que a vida se desenrola sobre nossos planos,
Por vezes os sufoca, logo, deixa-nos meio perdidos,
Mas não temas, perdição não é necessariamente um estado fixo,
Entre as maleabilidades do pensamento,
Pode encontrar-te mais fácil do que penas,
O que não te ofende, tem lá sua beleza,
Aceitar teus erros pequenos
É, também, aceitar teus grandes acertos,
Querer-te tão bem quanto ao outrem
É ver, por certeza,
Que assim como toda fina flor possui delicadeza,
Possui mecanismos de defesa.
Não exalta teu ego,
Mas, por ressalva,
Te afastas de quem te pões para baixo.
Toda flor brota,
Toda flor abre-se para o mundo,
Talvez tenha medo de ser vista,
Mas das melhores fotografias,
Aquele simples retrato da natureza,
Aquela simples flor abrindo-se para o mundo
Pode ser a maior alegria de alguém,
Pode ser a melhor foto que um dia virá,
Pode ser um ponto alegre na tristeza, quiçá.
Ama a ti para, aos outros, amar.
Amar a ti para ser amada pelos outros.
Ama a ti para ser flor
E florescer ao mundo.
Ser bem mais do que, para ti, almejaram.
Ser quem és, sem por que ou poréns,
Com pétalas e pólen.