Mentiras...
Penetram-me dolorosamente,
Parecendo adagas afiadas,
Que me cortam sem hesitar,
Fazendo-me sangrar
Por dentro e por fora.
Feridas por fora podem cicatrizar com o tempo,
Todavia, as feridas do coração
Continuam a sangrar sem perdão,
Sem sequer cicatrizar.
Mentiras...
Não posso fazer nada para impedi-las,
Não posso delas fugir.
Porque não há como
Fugir do que lhe faz parte
E do que lhe domina.
Mentiras estão sempre a me rodear.
Seja onde estiver,
Elas me acompanham.
Afinal,
Tudo que eu vivi
Não passa de ilusões
Baseadas apenas em mentiras
Que vivem a encher meu coração.
Minha vida toda
Vivi presa à ilusão,
Que minha insana mente
Persiste em projetar.