O que há de tão errado?
Sorelly
Tipo: Lírico
Postado: 24/04/16 16:18
Gênero(s): Crítica Poema Reflexivo
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 1min a 2min
Apreciadores: 7
Comentários: 5
Total de Visualizações: 693
Usuários que Visualizaram: 13
Palavras: 264
Livre para todos os públicos
Notas de Cabeçalho

Hello sweetbunnies ♡

Bem, a princípio não era assim que eu queria construir o poema, mas quem sabe lá pra frente eu não o pegue e o melhore mais, com mais tempo e dedicação. Leiam o poema como se o eu-lírico fosse um garoto, certo? E leiam as notas de rodapé após finalizar a leitura (não antes, please). Espero que gostem ♡

Capítulo Único O que há de tão errado?

Ei, moço, o que há de tão errado

Em tentar ser feliz?

Por que eu preciso ser espancado e violado

Por buscar o que sempre quis?

Por favor, me dê uma explicação.

Qual o sentido de ensinar uma menina

Que desde o princípio

O seu lugar é na cozinha?

Por que não deixá-la jogar o futebol,

Brincar com carrinhos e se sujar na lama?

Pra que tirar a sua liberdade

Por rótulos que a sociedade proclama?

Por que induzir um menino a acreditar

Que brincar de boneca é indevido?

Por que fazê-lo rotular o uso do rosa

Como um ego masculino desprovido?

Por favor, me dê uma explicação.

Por que ensinar inconscientemente

Que uma menina deve ser do lar

Enquanto o menino sai pra trabalhar?

Ei, moço, o que há de tão errado

Em ser quem eu sou?

Por que eu preciso ser xingado e maltratado

Por não deixar a sociedade me impor?

Eu não tenho culpa das pessoas

Serem tão cruéis e desumanos,

E não se conformarem

Com as escolhas diferentes

De outro ser humano.

Entretanto, ninguém nasce odiando,

Se cresce sendo influenciado indiretamente

Que ser mulher é sinônimo de fragilidade,

Fixando-se na própria mente

Que parecer mulher é um xingamento

De ambiguidade.

Ei, moço, o que há de tão errado

Em amar outro garoto?

Por que eu preciso ser reprimido e quebrado

Como se fosse uma aberração do capiroto?

Eu apenas queria ser livre para amar,

Poder abraçar e viver o meu amor.

Mas nessa sociedade preconceituosa e imatura

Não se pode ser diferente deles

Sem sair ileso e com alguma dor.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Sobre o tema, bem, eu já havia pensado em algo antes, mas só agora tive tempo para escrevê-lo, então peço perdão por não ter conseguido desenvolver melhor o poema. Eu quis centrar em dois tipos de preconceito: o preconceito sexual e o de gênero (homofobia e machismo, pra quem tá na dúvida). Mas a teoria vale para todo tipo de preconceito.

Porque sim, ninguém nasce odiando ou tendo preconceito, você é influenciado direta ou indiretamente a tê-lo. Se uma criança ver dois homens ou duas mulheres juntas, ela irá achar normal, e se ver uma mulher trabalhando e um homem cuidando de casa, ela também irá achar normal. O fato é que inconscientemente muitos colocam esses paradigmas na cabeça da criança, fazendo acreditá-la que o normal é ter um relacionamento apenas com o sexo oposto, e que o homem por si é superior... Enfim, é espero que tenham pegado o contexto, e a minha visão. Até ♡

Apreciadores (7)
Comentários (5)
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Postado 24/04/16 16:49

Entre os poucos textos, na verdade acho que poucas pessoas arriscaram colocar a mão na brasa nesse tema, que eu li todos abordavam as consequências da escravidão e o racismo atual no momento. Ver seu texto abordando outro tipo de preconceito foi genial, esse poema não me parece daqueles que fazem as palavras voar entre flores, ou algo do gênero, é um poema que tem a sua beleza, mas tem a sua realidade, muita dose de realidade, que é o que muitas vezes precisamos. Acho interessante que foi citado especialmente machismo e homofobia, coisas que eu acredito estarem muito ligadas entre si. Já vi notícias de acontecimentos horríveis com garotos que sequer eram gays e tudo mais, apenas porque eles estavam mostrando um comportamente "exclusivo" feminino: demonstrar carinho pelos amigos da mesma maneira que vemos tantas garotas fazendo na escola (que eu particularmente não sei achar para e não gosto que minhas amigas o façam, mas fazer o que), entre outras situações que mostram que ambos estão consideravelmente ligados. Parabéns pelo texto Pão-chan <3

Postado 24/04/16 16:52

Ei, moço, aproveita e fala pra esse pão dramático que o poema está incrível e, se não for pedir demais, diga para que pare com o drama! #corre

Concordo em gênero, número e grau com você! Ninguém nasce programado para odiar o que quer que seja.

Parabéns pelo poema, Pãoderosa-chan! *3*

Postado 24/04/16 19:11

Tia Pam, você fez um texto tão maravilhoso sobre dois temas que eu gostaria que fossem mais trabalhados hoje em dia ;-; o racismo/escravidão é algo sério, mas no momento, preconceito de gênero e sexual estão tão em alta (#belarecatadaedolar --' tsc tsc). Além de que eu realmente concordo contigo: tudo o que forma esses preconceitos é a sociedade, o pensamento predominante. Se desde criança o indivíduo for ensinado que tal gênero é superior e tal sexualidade é inferior, ele irá levar isso para a vida inteira e ensinar aos seus descendentes o mesmo. A mudança devia começar debaixo, no jardim de infância, mas quem está preocupado com isso? As pessoas preferem se acomodar na psicologia pré-estabelecida do que mudar todas as "regras" que estão impostas sobre nós.

Céus, eu amaria conversar sobre isso, mas não vou escrever uma dissertação em um comentário que deveria enaltecer seu texto. O que vou fazer agora mesmo: Parabéns, Pam! *u* realmente é um poema incrível!

Postado 24/04/16 22:57

É complicado. Na verdade, acredito veemente que somos manipulados todo o tempo, sendo adultos ou não. Concordo contigo quando dizes que ninguém nasce preconceituoso, ninguém nasce vítima. É a sociedade que manipula a mente das pessoas e faz com elas acreditem em coisas que elas não concordam, que não são.

Belo texto, parabéns!

Postado 20/10/16 17:34

Que texto absurdamente incrível, Pão!

Nossa, eu não consigo colocar mais verdades do que você passou, tá simplesmente perfeito, meus muitíssimos parabéns.