Sou Liza, estou no segundo ano do Ensino Médio.
"O professor Gustavo passou um trabalho de filosofia para minha classe, que consistia basicamente em fazer uma redação, em dupla, e eu fiz esse trabalho com minha amiga Melissa, mas por desgraça da vida, e felicidade do destino, o Gustavo não aceitou o nosso trabalho, alegando que não tínhamos feito do jeito certo. Ele então nos deu o prazo, de uma tarde, para resumir nosso trabalho de 6 páginas em uma única página. Eu estava desesperada, pois a Melissa tinha ido para a casa dela e eu fiquei sozinha na escola.
Não sou muito boa em filosofia, e sou pior ainda em resumir textos.
Na hora do almoço, eu fui falar oi para a Bruna, e ela me disse que naquela tarde o professor Rafael, você, estaria dando monitoria de filosofia no cursinho.
Ao mesmo tempo eu senti um misto de alívio, tristeza, felicidade, insegurança. Afinal, era a oportunidade perfeita para mim ir falar com você. Mas eu nem sequer o conhecia de verdade, eu apenas observava você andando pelos corredores da escola, sorria para você, e você retribuía meus sorrisos, retribuía meus olhares... Ah Rafael... seus olhos me enfeitiçaram desde a primeira vez em que os vi...
Eu estava com medo...
As 15:30 eu finalmente me decidi. Eu subi as escadas do cursinho, e fui de sala em sala procurando você. Até que uma aluna me falou que você estava na sala dos professores. Eu fui até lá, e chegando na porta eu te vi. Você estava sentado num sofazinho, comendo um Danone grego, e na hora em que você me viu na porta, você se assustou e melou sua barba com o Danone meloso. Eu senti uma vontade louca de lamber sua barba naquele instante. Nessa hora você se levantou e sumiu da minha vista. Após alguns minutos você reapareceu, olhou em meus olhos, e me perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu expliquei sobre o trabalho de filosofia, e você aceitou me ajudar.
Você me acompanhou até a sala principal do cursinho. Nessa sala tinha bastante gente, e você me ajudou com o trabalho. No final você elogiou minha redação, mas disse que eu precisava melhorar a conclusão. Após um tempinho, você me disse que ainda estava com fome, e que eu o havia atrapalhado de comer seu Danone em paz. Você se levantou e saiu andando, eu fiquei com medo de que você fosse embora e não me ajudasse com o final do texto, foi por isso que te segui, até o interior da sala dos professores.
A sala estava escura e vazia. Apenas você e eu. Eu acendi a luz, e você pegou o Danone na geladeira. Nós nos sentamos no mesmo sofazinho que você estava sentado horas atrás, e eu pacientemente esperei você comer vagarosamente seu delicioso Danone. Delicioso é você! Rafael! Eu não conseguia tirar os olhos de sua boca, eu via e apreciava cada movimento da mastigação, e quando seus lábios se abriam para a entrada de mais uma colher de Danone, eu desejava mais que tudo, ser o Danone que escorregava por entre seus lindos e atraentes lábios.
Você estava quase acabando seu Danone, quando sua barriga fez um som estranho, e você ri com isso. No momento em que para de rir, percebe que sua barba ficou novamente melada de Danone. Eu rio com a situação. Você me olha com os olhos flamejantes, e me pergunta “Quer saber que gosto tinha o Danone?” Eu fico parada, sem responder nada, afinal eu fiquei um pouco assustada com o quão direta sua frase foi.
Como eu não respondia nada, você colocou sua linguinha para fora, e lambeu sua própria barba melada. Vendo isso, eu te perguntei “Mas não era para mim ver o gosto do Danone? Agora não sobrou nada hahaha” e você me respondeu “Sobrou apenas o sabor... se você ainda quiser...” Eu tento me controlar, mas inutilmente, pois ao ouvir essas palavras, meu corpo se incendeia de desejo, desejo de tocar seus lábios com os meus.
Na hora em que eu me inclinei, chegando com o rosto bem perto do seu, pensei que você fosse hesitar, virar a cara, ou se afastar, mas não, você segurou meu rosto com suas duas mãos, e me puxou para ainda mais perto de si. Eu sentia sua respiração, e você com certeza sentia a minha também.
Não aguentei nem mais um segundo, e colei nossos lábios, ao mesmo tempo em que nossos corpos se colavam, ainda sentados naquele sofazinho. Eu me joguei em seu colo, sentando em sua coxa firme, porém macia, e você me abraçava, me apertando cada vez mais contra seu corpo. Eu sentia seu sexo crescendo sob o meu, me enchendo cada vez mais de tesão, louco e insano.
Após alguns minutos, você se levantou, comigo ainda enroscada em seu corpo, e andamos até a mesa encostada na parede. Eu me sentei na mesa, e você ficou de pé, com minhas pernas contornando seu corpo. Jamais esquecerei a sensações que senti nessa hora. Nós nos beijávamos, nos tocávamos, nos acariciávamos, esfregávamos nossos corpos um no outro, eu arranhava suas costas enquanto você arranhava meu corpo todo...
Ficamos assim um bom tempo, provavelmente por uns 30 minutos. Eu teria ficado minha vida toda. Você sabe disso. Espero que saiba. Mas tivemos que nos separar, pois ouvimos passos do lado de fora da porta da sala onde estávamos, por sorte ninguém abriu a porta, apenas passou reto.
Saímos da sala dos professores, um pouco envergonhados, um pouco constrangidos com o que havia acabado de acontecer. Andamos com a cabaça baixa, olhando para o chão, até chegarmos na sala de aula, até chegarmos na carteira que estávamos sentados antes de tudo acontecer. Eu quase não tive forças para levantar o rosto em sua direção, e quando finalmente levantei, vi que você me observava, e você me olhou nos olhos, mas dessa vez eu não tive forças para sustentar seu olhar, e desviei, e olhei para o teto, e olhei para o chão. Passaram-se alguns segundos, e eu sabia que você continuava a olhar para mim. Eu precisava falar algo... mas a única palavra que conseguiu sair da minha boca, foi seu nome... em um sussurro quase inaudível, eu pronunciei seu nome. Ao ouvir meu sussurro, você finalmente disse alguma coisa, você disse “Me perdoe... eu não devia ter te forçado a nada”. Sinto uma pontada em minha alma, e olho em sua direção. Vejo você com os olhos baixos, e me sinto uma pessoa horrível.
Num impulso, eu seguro sua mão direita, e a aperto com carinho. Você me olha assustado, e tira sua mão rapidamente, dizendo que ninguém podia ver qualquer forma de afeto entre nós. Ouvindo isso, eu soube exatamente o que falar, “Eu sei, eu apenas queria te dar uma prova, de que eu não fui forçada a nada. Tudo que eu fiz, eu fiz porque eu quis.” e então eu sorrio para você, acrescentando “Esse é o nosso segredo...” e você repete “Sim... Esse é o nosso segredo...”.
Eu terminei de escrever o final da redação, e dessa vez você disse que estava legal, mas ainda assim, você disse que eu não sei fazer uma boa conclusão na redação. Hahahahaha Ah Rafael, eu ri disso na hora, estou rindo agora, e sempre irei rir quando me lembrar!
Já estava na hora de eu ir embora da escola, minha mãe passaria me pegar as 18:30, e já eram 18:20.
Eu te agradeci imensamente pela ajuda com a redação. Tentei fazer parecer que as coisas estavam exatamente iguais a antes. Mas não. Nós dois sabemos. Tudo mudou aquele dia. E então estendi a mão para um cumprimento final. Você apertou fortemente minha mão, e sorriu, aquele sorriso tão lindo que eu tanto amo e que tanto me fascina. Sorri do mesmo jeito para você, e pensei sobre o quanto eu queria que você gostasse do meu sorriso do mesmo jeito que eu gosto do seu.
Me virei e saí andando. Desci as escadas, e saí pelo portão da escola.
Nesse dia eu sonhei com você, professor Rafael."