Que tens a reclamar, tu que estas vestida de branco?
Teu homem é um encanto, partido que todas desejam ter
Desde o alvorecer, enchendo-te de carinhos
Tanto zelo e tanto mimo, para no fim tu reclamares?
Mulher tolinha, sabes quão difícil é o mundo
Deixa isso tudo a cargo dos homens
Brigas para aprender pronomes, letras e números
Quando inúmeros querem ter a vida mansa como tu
O que muda ao saber ler, contar e escrever,
Quando apenas ao saber coser, cozinhar e obedecer
É suficiente para um filho criar, ou dois ou mais?
Afinal essa calma nunca te satisfaz
Mulher bobinha, lutares por direitos
Quando teus trejeitos admitem o que tu queres
Serás uma célebre moça sortuda
Não sendo madura, mas sim obediente
Faz apenas o que te mandam, mulher
Assim em teu pé nunca mais pegarão
Para que tens coração se ele de nada vale?
Se te cobres com um xale sempre quando o vê
Mulher parvinha, para que rebelares?
Quando em teus lares já possui felicidade
Em qual cidade podes ter tudo o que deseja?
Ou a liberdade que almeja é um jardim com feminazis?
Cala-te a boca, os braços, as pernas
Sê singela ao denunciar teus problemas
Não carregues um emblema como quem carrega uma cruz
Porque até no tempo de Jesus subjugada eras
Mulher sonsinha, insistes nestas baboseiras?
Deixa de bobeira, que te ensinarei a se comportar
Talvez se eu ficar séria, poderás entender
Que não adianta crer, que o mundo mudará
(pois somente em utopias, uma mulher livre pode ficar.)