Naquela época, os bancários sempre usavam camisa social e gravata. Quer dizer, ganhavam bem. E dois deles nós podemos seguir aqui. Iam eles pela avenida do centro da cidade. Um dizia ao outro:
- Você já se sentiu solitário?
- Como assim?
- Sem ninguém. Sem ao menos uma namorada.
- E já. E sabe como eu resolvi?
- Como?
- Ia eu uma vez ao clube do banco. Queria me divertir um pouco.
- E, aí?
- Lá haviam umas garotas bonitas. Convidei uma delas para bailar.
- Ficaram nisso?
- Não, eu e ela conversamos um pouco enquanto dançávamos.
- E você?
- Acabei entrando na dela. Quer dizer nos tornamos namorados.
- E hoje?
- Hoje ela é minha esposa.
- Vocês namoraram muito tempo?
- Sim e depois noivamos. E ao final nos casamos.
- Você merece.
- E mereço o que tenho, sou feliz.
A seguir a este diálogo, os dois bancários se separaram. Um ia casado, o outro solteiro.
O solteiro seguiu pensativo. E ao final do caminho afinal o solteiro pensou:
- Eu mereço minha solteirice, mas nela sou infeliz. Vou dar um jeito nisso.
E sonhou com uma bela namorada para si. No outro dia acordou e foi trabalhar.
Ele sabia com quem se metia. E deixou o dia passar. À noite na escola disse à colega com quem sempre conversava:
- Estou apaixonado.
E ela:
- Por quem?
Ele não perdeu tempo:
- Por você.
E namoraram e estão noivos. Vão se casar.