Tudo que se sabe
Tudo que se é
Vem daquela caminhada diária
Não necessariamente a que se fez à pé...
Cada experiência
Cada pensamento
Cada vão e pequeno momento...
Cada conversa, cada filme
Cada música, cada palestra
Fazem parte do tecido
Se enroscam na teia
Tem o calor que corre na veia
Situação que ora acalma
Situação que ora encendeia
Se perde, se enleia...
Mas e o que para trás tem ficado?!
E o que tem nos prendido...
E o que temos dado?!
Será que hoje ainda se têm emoções
Será próprio ou realidade inventada?!
Será que ao buscar ver tudo
Não acabamos por ser nada?!
Será que o tanto querer
Não tirou o foco do realmente relevante?!
No irreal se perde o que está adiante...
Diante dos olhos
Longe da atenção...
Escravos da dopamina
Sem real emoção...
Sobe tela, desce tela
Tudo num click
Tão rápido, tão impessoal...
Nesse vai e vem
Nesse vem e vai
Cada sorriso, cada aí
Nos fez o que e como somos
Homos nem sempre tão sapiens...