Desperta, negro! Ponha-te de pé!
Alimenta-te de restos e apronta-te!
Teu suor, lágrimas e sangue
Irrigarão a cana-de-açucar e o café!
Trabalhas, negro, sem qualquer descanso
Até o capataz dizer-te quando parar
E não ouses sequer murmurar
Ou arrisca-te à chibata no tronco!
Sofre, negro, a dor profunda
Do labor, preconceito e desumanidade
Que "outra" raça te impõe... Sofre!
Dorme, negro, na senzala imunda
E sonha com a liberdade
Que só te será devolvida na morte!