Um dia eu conheci uma mulher que competia. E foi aí que comecei a pensar: devemos ser competitivos? Cheguei à conclusão de que não.
Mas, estava eu certo? E o amor que me prendia a ela? Era amor? Foi com essas reflexões que cheguei até aqui. E venho hoje contar esta estória.
A mulher que competia um dia entrou lá em casa afobada. Chegou para minha mãe e disse:
- D. Laura, eu agora estou ganhando um pouco mais.
Desceu até ao apartamento de fundos onde eu morava:
- Pode ser dormindo, mas a morte vem um dia.
Eu a vi partir. E hoje suspiro aliviado. Uma mulher que pensa em morte, na hora da despedida, eu, hein?
E até o dia em que fiquei sabendo que ela se transformou em uma professora famosa. Bem, sosseguei. Era o que ela queria. Deus é grande, acho que agora ela não tem tempo de pensar em amor, nem em mim.
É uma pena, tudo disso. Porque eu conservo meu temperamento romântico. E também meu espírito de paz.
Outro dia ia eu distraído pela rua. Uma voz de homem me chama. Olhei para trás. Era o pai dela. Esperei, porque ele vinha um pouco atrás.
Ele me disse:
- Você sabe, a fulana é mesmo competitiva.
- Eu sei - eu disse - ela aprendeu no serviço dela.
O pai dela disse:
- Eu acho uma dó. Estraga ela.
Eu ia dizer o que? Olhei para ele, e perguntei:
- E sentimentalmente como ela está?
Ele me respondeu:
- Se casou, me disse que é feliz.
- Fico eu feliz, também, por ela.