Lia eu um livro estrangeiro. Cheguei a uma passagem. Nela se narrava uma briga. Eu parei de ler. Lembrava-me de uma tia.
Esta minha tia foi quem me deixou os livros. A que acrescentei outros. Que fui adquirindo. Juntamente com estantes. E assim eu tenho hoje minha pequena biblioteca. E foi numa passagem difícil de minha vida, que minha tia me disse:
- Nunca brigue sem um motivo forte.
Até hoje eu me lembro muito fortemente dela. E digo: mesmo depois de morta esta tia me é muito querida.
Bom, na passagem do livro onde parei, o autor muito sabiamente muda o rumo da estória. E acabamos sem briga no livro. Um dos personagens é de um poder de verbalização muito forte. Servia ele para o serviço diplomático. Era eu um homem educado. Quando houve confusão em minha vida, um disse:
- Ele está desconversando.
E no fim eu era elogiado. Assim eu também tinha desenvolvido uma capacidade de evitar brigas, conservando a honra de todos. Como? Conversando.
E por isso, aqui estou, e hoje já rezei minha missa. Que sou católico. E tenho muita fé.
Presto também muita atenção no noticiário. E lá vai a guerra da Ucrânia.
Agora, nos prometem a paz. Coisa que eu acho que é importante. Menos mortos na face da Terra. Restauração e construção. E tudo voltando a funcionar em paz.
Concordo com o Papa Francisco. Que nos disse:
- Os que têm fé rezem pela Paz!
Agora me lembro de minha tia. Ela realmente detestava briga. Pena que seja falecida. Nesta hora eu estaria conversando com ela. E a conversa seria frutífera. Saudades eu tenho, porém.
Mas sei que voltei a ler o livro, e no correr dele achei o romancista um gênio. Nele acaba não tendo nenhuma briga, e o final é feliz. Nesse nosso mundo ainda há autores como ele. E eu sou apenas um contista. Paz, meus amigos.