A mulher era empregada doméstica. Mencionava eu um dia por este emprego e ela disse:
- Verdade verdadeira.
Mas ela não se ofendera. Isso ela me disse. E ela tinha um filho que trabalhava. E ele disse a ela:
- Mãe, eu lhe dou um carro se você tirar carteira.
Ela respondeu:
- Vou tirar a carteira.
E daí em diante ela entrou na autoescola. Primeiro veio o psicoteste. E ela foi aprovada. E se entusiasmou.
E começou a estudar muito. Ia fazer exame de legislação.
Ontem estava ela aqui estudando nas horas de folga. Porque ela não deixava serviço nenhum sem fazer.
Eu resolvi escrever sobre ela. E premeditadamente intitulei este escrito sobre ela de A Mulher que se Empenhava.
E se empenhava mesmo. E tanto se empenhava que eu passei a torcer por ela.
E fez os exames de legislação e passou.
Agora está nas primeiras lições de direção de veículo na rua. E continua empregada em minha casa.
E não há outro modo de denominá-la. Ela é mesmo a mulher que se empenhava. E este é o tempo dela, basta ver a gente que ora estuda.