Lá estava eu, de volta à minha terra natal. Minha terra natal era uma cidade onde reinava a cultura. Reinava a cultura sob os mais diversos modos de ser. Lá existiam exímios músicos, literatos de todo quilate, jornalistas, etc. E eu não me admirei quando vi um prédio chamado Academia de Letras e Artes. Fiquei foi lisongeado de ter conterrâneos como eu. Só havia um problema. Com tanto tempo que estivera longe de lá eu já não conhecia ninguém lá.
Mas soube ver que era isso. Eu estivera fora da minha terra muito tempo. Tinha voltado para receber uma herança. A herança consistia numa casa que meu avô deixara ao falecer. Me passaram as chaves do imóvel sem dificuldade.
Voltei para de onde eu tinha vindo. E com o tempo tudo se resolveu. Consegui vender o imóvel de meu avô. Nada mais me prendia lá.
Estava quieto em casa já. E um dia recebi um convite da Academia de Letras e Artes de lá. Me queriam como sócio correspondente. Eu me pus a pensar. Aceitava ou não?
Acabei aceitando o convite. Estava escrito que eu nem precisava ir lá. Mas tinha de contribuir com um texto de vez em quando. Eu vivia folgado. Já não trabalhava, eu me aposentara. Não havia nada contra, então. E aceitei.
Eu era um contumaz leitor. Desses que pode dizer:
- Eu leio muito.
Escrevi logo alguma coisa. E escrevi para eles. Junto da minha carta seguiu um texto meu.
Passou-se o tempo. Não sei quanto tempo. O bastante para eles me responderem.
E a resposta deles, foi um elogio. Elogio suficiente para me convencer de que eu escrevia bem.
E assim me tornei um sócio correspondente deles. O que me deu algum orgulho. E hoje sou um acadêmico a mais no mundo das letras.E quem diz que não vale à pena ter algum estudo.