Hoje eu acordei animado. Fiz uns exercícios de fisioterapia que me ensinaram. Agradeci a Deus por estar vivo. E liguei o aparelho de televisão num canal religioso. E rezei mais.
Meu celular tocou, era uma pessoa querendo falar comigo. Atendi e logo nos despedimos. Não era nada sério. E vim aqui para acabar de contar-lhes este conto.
Espera-se do contista um pouco de graça, um não sei que de saber contar. Eu estou tentando.
Havia aqui no lugar onde moro uma moça. Dizia-se dela que ela encantava a todos os olhos. Um dia ela passou em frente aqui de casa. E me disse:
- Ô, moço, eu não vou mexer com o senhor.
Eu a olhei. Era belíssima. E ela se foi. O que achei da passagem dela? Pelo menos me foi dado o prazer de conhecê-la. De vista, é claro. E hoje, eu me lembro.
As mulheres são de natureza tentadoras. Mas mais ainda quando são de beleza extraordinária. Eu fiquei com a impressão da fisionomia da moça gravada na mente. Se ela passar aqui em frente hoje, eu saberei que é ela. Mas, enfim, não a vi nunca mais.
Ela era loira, de roupas mínimas, de modo a parecer tentadora. E o que se há de fazer? Nos meios de comunicação fala-se:
- Vale tudo. Só não vale homem com homem, mulher com mulher.
Eu fui aqui na minha localidade um dos mais combativos adversários deste vale tudo. E eis que me aparece a moça me dizendo:
- Ô, moço, eu não vou mexer com o senhor.
Adianta alguma coisa ser do contra?