Todos nós, acredito eu, lutamos para melhorar de vida. E isso exige é muito trabalho. Para alguns de nossos colegas exige também empatia. E se estão pensando que eu venho criar caso, se enganam. Porque muito pelo contrário eu venho é contar mais um caso. Um caso curto, no intuíto de agradá-los.
Um dia uma senhora me disse:
- A sua vida é excelente.
Ela realmente falava com algum conhecimento de causa. Mas ignorava a profunda dor do luto pela morte de minha mãe. Vão fazer agora em fevereiro cinco anos depois que se deu o falecimento de minha mãe. No enterro dela, alguém falou e eu escutei:
- Ele vai sentir muita falta dela.
O caso é que eu não senti falta. e quando penso em minha mãe, sinto saudades. Para mim estas duas palavras, falta e saudades, tem uma diferença muito grande. Vieram e me definiram as saudades: é o amor que fica. Por isso dói.
Mas veio aquela senhora me visitar e ela me disse:
- A sua vida é excelente.
Ela tinha um tanto de razão. Minha mãe me deixou com o que viver, e também me deixou uma empregada fiel a nós.
Querem coisas melhores?
Agora, vou dizer:
- Trabalhei a vida inteira. Só que sempre ganhei pouco. O que levou minha mãe a dizer quando viva:
- Ele ganha pouco mas tem boa vontade.
Esta frase última de minha mãe me consola grande. E então eu sorrio como quem sara da dor. Da dor do luto.