Estava lá, desempregado. Fez umas provas e se viu de novo empregado. Mas sem chefes. Antes estava acostumado a dar satisfação aos chefes. Porque no antigo emprego os chefes faziam a avaliação dos empregados. A inusitada situação de ter se tornado autônomo enfim não o faz completamente habituado a tudo. Então resolve estudar.
E na faculdade se torna um brilhante aluno. E o seu dia a dia é trabalhar e estudar. E um dia lê no jornal:
- Estes que estudam e trabalham são verdadeiros heróis.
A declaração por ele lida o faz elevar a alma. Então continua o seu caminhar. Estudante e trabalhador.
E no percorrer do caminho ele escreve um texto a que chama de ensaio. É um ensaio sobre a obra de um contista conhecido. E com este texto é premiado num concurso literário.
Claro, o prêmio lhe abre a mente para novas estradas. Nesse entremeio tinha conhecido um homem que era diretor da empresa onde trabalhava. O diretor lhe diz que na empresa não tinham chefes. Isso ele já sabia. O diretor lhe mostra muitas coisas novas na empresa. Por exemplo, ele podia substituir o superior em algumas situações. E assim ganhar dinheiro por fora.
Ele que nunca sonhara com aquilo, diz ao telefone ao diretor, na primeira oportunidade:
- Ora, diretor, me deixe em paz.
E tem a sua vidinha de antes restituida. Mas continua a escrever, e tem alguns trabalhos seus publicados. E se faz conhecer como poeta e ensaísta.
Com o que ganha, que muitos diriam que é pouco, faz a sua vida. E a sua felicidade é estar escrevendo. Viva as Letras.