Marido Ciumento
Aristides Dornas Júnior
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 11/01/25 04:33
Editado: 11/01/25 04:33
Gênero(s): Cotidiano
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min
Apreciadores: 0
Comentários: 0
Total de Visualizações: 33
Usuários que Visualizaram: 1
Palavras: 322
Livre para todos os públicos
Capítulo Único Marido Ciumento

Meu pai era um marido muito ciumento. Às vezes parecia ter ciúmes da própria sombra. Um dia ele foi parar na porta da garagem do nosso prédio. E quando, seguindo um trato que fizeram, chegou a sobrinha dele e o namorado, para pegar minha tia e irem ao teatro, lá estava ele à porta da garagem. E portava um révolver. Até que, graças a Deus, ele viu que era a sobrinha. E tudo foi salvo. Minha tia e ele, a sobrinha e o namorado.

Minha tia nos contou isto sorrindo. Mas, no final assumiu que teve medo.

O que meu pai era? Era um marido ciumento. E conforme eu ouvira na rua, o ciúme é o câncer dos ossos. E confessei à minha mãe:

- Eu não sei porque meu pai é assim.

Claro, minha mãe nunca tinha dado motivos a ele. Não é porque ela é minha mãe, mas era uma esposa fidelíssima.

E eu como filho, fui um filho muito amigo da minha mãe. Ela merecia, um filho devotado.

E aquele ciúme que meu pai tinha dela, me afastou dele. Até o ponto em que eu disse:

- Mãe. meu pai me é um estranho.

E deveras, eu não aprendi aquilo com ele. Aquilo, que eu digo, era ter aquele ciúme maldito.

E com isso, nós três, eu, minha mãe e meu pai, fomos tendo nossas vidas, cada um a sua. Eu esperava meu pai chegar e depois saía. Se alguém chama isso de estilo de vida, que chame. A vida que aprendemos a levar, leva-nos a ter nosso estilo de vida.

O que não estávamos acostumados a viver, passamos a viver.

E isso me fez ver que muitas coisas são as não previstas. E aí surge-nos um novo preparo, aquele de nos preparar para o não dizível. Que nos faz dizer:

- Vamos ver no que vai dar isso.

E minha mãe, afinal disse:

- Isso é que dá ter um marido ciumento.

❖❖❖
Apreciadores (0) Nenhum usuário apreciou este texto ainda.
Comentários (0) Ninguém comentou este texto ainda. Seja o primeiro a deixar um comentário!