Certo dia eu escrevi alguma coisa sobre o sentir. Me vieram dizer que queriam ler sobre meu sentir.
Eu, ao invés de ficar alegre, pois estouraria nas letras, me vi aflito.
- Aflito por que? - Me indagou meu interlocutor.
- Ora, se ponha no meu lugar.
- Ah, já sei.
- Então me diga.
Meu interlocutor me olhou. Queria saber se eu estava querendo mesmo ouvir.
E disse:
- É, é mesmo de afligir. Ou você estava querendo dizer algo?
- Não, eu não queria dizer nada.
- Mas então porque escreveu sobre o sentir?
- Pense um pouco. Nós todos sentimos. Às vezes por coisa á toa.
- Isto é. Por exemplo, podemos sentir medo ou sentir angústia.
- É isso mesmo.
- Então porque você se viu aflito.
- É que eu perguntei á pessoa porque ela me pedia que eu escrevesse sobre meu sentir.
- E o que a pessoa respondeu?
- Respondeu que pensou que eu escrevia sobre o sentir em caso de amar a alguém.
- Por isso você se afligiu?
- Claro, olha quantos casos de enganos amorosos existem aí hoje em dia.
- Nisso você está certo.
- E eu aprendi por enquanto que não podemos ter certeza de nada, nesta vida. Menos ainda se o sucesso vale à pena.