Ele vinha pela rua. Quase nos esbarramos. Foi quando eu o vi, cara a cara comigo. E minha voz soou para ele:

- Ôi, como vai?

Ele se dirigiu a mim:

- Ôi - ele me disse alegremente - você por aqui?

- E o que você anda arrumando?

Foi assim que eu fiquei sabendo que ele agora trabalhava num banco. E já não pensava em se tornar artista. Quero dizer, escritor. Porque escritor para nós era um artista da palavra. Me referi a isso conversando com ele:

- Ora, eu preciso comer e beber - disse-me ele.

- Eu compreendo. - E seguimos cada um o seu caminho.

Foi bom encontrar aquele antigo companheiro.

Agora vou tecer um comentário acerca daquela ilusão literária que vivemos eu e ele.

Na verdade, literatura para mim e ele, ficou só no sonho. Quando vejo esses grandes anúncios de livros, eu vejo que o mundo mudou muito. Os outdoors estão por aí mostrando as moças bonitas que escrevem livros. E preciso falar mais?