Num dia destes passado, eu vinha pela avenida desligado. E não vi o automóvel que errando o caminho subiu na calçada e quase me atropelou. Naquele momento de susto, eu ainda pude mudar de caminho. E me dirigi para casa. Aqui chegando minha mãe me olhou e me perguntou:
- O que foi que você viu na rua?
E contei para ela. E acrescentei:
- Quando vi aquele carro subir no passeio...
Ela ficou me olhando. Eu continuei:
- Me assustei tanto que devo estar ainda pálido.
- Descanse um pouco- disse-me ela.
Descansei deitado na minha cama, no meu quarto.
E quando pude, fui até ela. Minha mãe é uma mãe coruja até hoje. Um amigo disse um dia a respeito dela:
- Sua mãe é uma supermãe.
No dia do susto que eu levei, eu vi no rosto dela, que era verdade. Ela não articulou palavra. Eu fui até ela e disse:
- Ora, mãe, é por isso que morrem tantas pessoas no trânsito.
Minha mãe, olhou para mim.
- Não me diga isso, filho. Você não pode morrer.
E minha mãe era realmente uma supermãe. Ela tinha me dado um carro e um som. Então ela disse:
- Você vai vender este carro que te dei. Anuncie a venda.
Eu obedecia cegamente e anunciei. Logo me apereceu um comprador. E logo eu vendi o carro.
- Pode ficar com o dinheiro do automóvel. Então eu vi que ela estava certa. E com o dinheiro comecei uma poupança. Claro, ninguém começa uma poupança desse jeito. Os valores iniciais para tanto eram sempre menores. E minha mãe disse:
- Agora trabalhe que eu te ajudo a comprar um apartamento.
Eu fui para o meu quarto e rezei agradecendo. Supermãe era um apelido. Mas que minha mãe era uma mãe coruja, era. E ela me disse:
- Vejo que você sabe que quem gosta de você, sou eu.
Eu fui até ela e a beijei.