Quando eu era menino, tínhamos lá em casa, um porão. E nele guardávamos livros. Havia livros de toda espécie. De ficção, profissionais (ùteis a meu pai) e etc. Eu, vendo aqueles livros no porão, achei que estavam desperdiçados. Então disse a meu pai:
- Pai, já que o senhor sabe fazer de tudo um pouco, faz umas estantes para mim.
Meu pai perguntou:
- Para que meu filho?
- Para colocar alguns livros de ficção nelas e colocar elas e os livros no meu quarto.
Meu pai aquiesceu:
- Sim, filho, eu farei.
E fez mesmo. De modo que passei a ter mais espaço para guardar minha bicicleta no porão. E assim eu dividia o espaço. Entre guardar a bicicleta no porão e guardar meus livros preferidos no meu quarto. Minha mãe, que acompanhou tudo, me chamou e me disse:
- Filho, cuidado com as leituras. Não vá ler demais, que estraga a sua saúde.
E tudo foi dando certo. E eu pude dizer para minha mãe:
- Mãe,.eu hoje não só leio muito, como escrevo para o jornal do grêmio literário do ginásio dos frades;
- Olha o que eu te disse, falou-me minha mãe.
Então eu passava parte do meu tempo vendo TV, com ela. Mas ela não se aborrecia de eu ir ler. No entanto vigiava minha saúde. Claro eu era criança. Mas tudo foi indo bem.
Minhas notas no ginásio melhoraram. Tanto meu pai como minha mãe puderam se alegrar comigo.
E foi assim. Eu cresci, me tornei adulto. Trabalhei muito, para ter o que tenho. Meu pai faleceu. Mas eu não me esqueço dele. Era um homem interessante. E o que ele pode, ele me ensinou. Minha mãe mora comigo. E está sempre falando para mim de meu pai.
Agora me vem a maturidade. E eu sou o filho. O que eles ensinaram a ler e a escrever, e o que eles mandaram para a escola. Gosto ainda de ler. Mas não abuso.
E estou acabando este texto aqui. E dedico todo ele aos meus pais.