Naquele dia eu entrei na sala, tinha que expor um trabalho meu. A sala estava um pouco agitada, as pessoas inquietas. Eu estava calado. O professor mais ainda. E, de repente, o professor disse:
- Quem vai expor o assunto hoje?
Eu me levantei da minha carteira e disse:
- Eu vou falar hoje.
Os outros alunos fizeram silêncio. Eu achei isto um fato milagroso. Normalmente eles faziam certo alvoroço. Mas um grupo de alunos veteranos se dirigiu ao professor:
- Professor, deixa ele falar!
O Professor se dirigiu a mim:
- Pois não, meu caro!
Eu me levantei e fui direto para a mesa do professor. Sobre aquela mesa haviam livros em alemão. Certamente para impor respeito ao mestre. Eu, um pouco nervoso, comecei a falar. De repente eu estava calmo, estava conseguindo expor o meu assunto com lógica e calma. Ao final, a nota. Ri imenso. Tinha tirado nota boa. E a minha nota tinha sido dada em voz alta pelo professor diante da turma. Colegas se aproximaram:
- Como foi que você conseguiu?
- Ora, eu estudei e depois escrevi meu trabalho.
Mas antes disso, antes mesmo de eu expor o trabalho, os veteranos se dirigiram ao professor:
- Professor, deixa ele falar!
O caso é que o professor nada dissera. Eu deduzi que quem estava mandando eram os veteranos.
Mas só depois de tudo, eu disse:
- Esse professor não tem moral nenhuma.
Os veteranos estavam distantes de mim e da turma que me ouviu. Eu caminhava cabisbaixo, e um se aproximou:
- Não está contente?
- Gostaria de estar.
- Mas, por que?
- Simplesmente porque eu gostaria de ter tido um professor mais dono de si.
- Mas, é assim mesmo. O professor tem que conviver com os outros alunos.
- Realmente. Mas não se preocupe, eu já ri imenso.