A DESCOBERTA DA POESIA
Aristides Dornas Júnior
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 13/12/24 08:25
Editado: 14/12/24 15:45
Gênero(s): Cotidiano
Avaliação: Não avaliado
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Palavras: 284
[Texto Divulgado] "O Escritor Pobre" Ele tinha um sonho: ser escritor. Arrumou um emprego e com o salário passou a comprar livros. Lia muito e escrevia muito também. Suas ficções lhe davam prazer. Um dia ganhou um prêmio. Mas continuou pobre.
Livre para todos os públicos
Capítulo Único A DESCOBERTA DA POESIA

E lá iam os dois amigos. Eram meninos, ainda adolescentes. Cada um trazia consigo o escrito da noite anterior. Um deles disse ao outro:

- Desta aqui, ela vai gostar.

- Não foi exatamente para ela que eu escrevi.

- Ora, deixe de bobagens.

E chegaram ao colégio. O ensino era dado a ambos os sexos. Claro, havia regras de comportamento. Para as meninas e para os meninos. E era um colégio católico. Disciplina mais severa ainda. Eles entraram na sala de aulas. E os colegas disseram:

- Lá vem os dois poetas!

Eles sorriram satisfeitos. E mostraram seus poemas cada um para a preferida deles. Elas lhes sorriram, e só. Mas, como caminho para o reconhecimento era muito. Contentes com o resultado, sentaram-se. E viria o dia seguinte. Depois da aula, foram para a biblioteca. Procuraram nas estantes autores que lhes satisfizessem. E assim ia a formação dos dois poetas. Até que eu disse:

- Eu estou é descobrindo a poesia.

- A poesia nós é que fazemos.

- Pretensão sua, olhe quantos poetas há nas estantes!

- Sabe. você tem razão! Vou ler mais.

Era a descoberta verdadeira da poesia. E nunca mais escreveram para as meninas. Até que uma delas, certo dia, os pararam e perguntou a eles:

- Não escrevem mais?

- Para simplesmente mostrar, não.

- Então, escrevem para que?

- Para nós mesmos.

- Isto não faz sentido.

- Uma editora nos convidou, não sabemos como souberam de nós poetas.

- Então melhorou, eu vou querer ver quando publicado.

- Olha, querida, vá a uma livraria...

- Poeta fica rico?

- Isso não sabemos.

- Eu que não vou me casar com poeta.

- Ora, sua tolinha, um poema nunca matou a fome de ninguém.

- Enjoados.

E os dois sairam se rindo. E do riso, nasceu um poema.

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