loja de porcelanas
6 de Janeiro
Tipo: Conto ou Crônica
Postado: 30/10/24 12:28
Editado: 30/10/24 12:35
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 2min a 3min
Apreciadores: 1
Comentários: 0
Total de Visualizações: 43
Usuários que Visualizaram: 2
Palavras: 378
Não recomendado para menores de catorze anos
Notas de Cabeçalho

Para aquele que disse - com um só beijo, que casaria comigo algum dia (como todos dizem)

- mas estava bêbado demais, para se lembrar do que aconteceu no dia seguinte.

Capítulo Único loja de porcelanas

e então?

o que vamos ser?

você vai

entrar nessa minha

loja de porcelanas

e tentar não espatifar

nenhuma delas quando as ver?

vai passar astuto

com sua enorme gentileza

com seus chifres de ouro

afirmando ser, sem dúvidas

Ferdinando, O Touro?

eu tenho algumas coisas

para te esclarecer...

você vai

me dizer coisas que nunca

diz pra ninguém

em longas ligações

na madrugada

futuro, cultura, histórias

de terror e

inseguranças também

e então, vai

aos poucos

entrando no assunto

sobre talvez me querer

cauteloso, protegendo

seu colossal coração

que já foi quebrado também...

ai, ai, ai...

homens como você

- eu já vi.

chegam nessa

idade transitória

dos 20 para os 30

e pensam que podem

mudar tudo com

passes de mágica

e exaustão

e assuntos

excepcionalmente

intuitivos

e talvez poderiam!

- se tivessem menos medo

e fossem mais assertivos

mas eu já vi isso aí

que tem dentro de você

essa perdiz cansada

migrando enquanto voa

essa necessidade

messiânica de querer

mudar tudo para si

e para todos

de ser tão enormemente

incorruptível...

mas é aí que a gente

sempre se engana...

tolo é quem se acha

tão evoluído e puro

ao ponto de gastar ética

a toa

- aprendi isso

aparentemente,

bem antes que a

maioria dos homens...

mas, querido touro

devo acreditar

que você é bom, como quer

tanto parecer ser?

você não me engana

e quando menos perceber,

tudo que acha

incrível em mim,

um dia, vai odiar também

meu falatório sem fim

minhas ideias rodopiantes

meu dom musical estressante

minha certeza poética

minha loja de porcelanas

ecléticas

minha maciez e ronco

e roupas empilhadas

para esconder

rachaduras nas paredes

você vai odiar e

vai invadir a vendinha

derrubar tudo com seus cascos

quando eu não for mais

o que te convém

já vi isso tudo antes

nas mil vidas tristes

que vivi

e por um segundo,

eu quis que fosse a gente

mas tudo mudou,

quando passou a depender

só de você...

decida, decida, decida

mas nunca decidirá.

um conselho ainda,

touro amigo,

não deixe a gentileza te cegar

tudo bem ser o possível

vilão de alguém

pois antigos amigos perdidos

só estão te esperando

para te verem vacilar, também

o que ganhamos

com pseudo-bondade desperdiçada?

graças a Deus,

estou blindada de

clichês como você.

❖❖❖
Notas de Rodapé

e se você se perguntar, por que a loja só ficou fechada desde então,

talvez essa seja a razão.

Apreciadores (1)
Comentários (0) Ninguém comentou este texto ainda. Seja o primeiro a deixar um comentário!

Outras obras de 6 de Janeiro

Outras obras do gênero Comédia

Outras obras do gênero Crônica

Outras obras do gênero Drama

Outras obras do gênero Poema