alô deus, eu juro que só aceito esse negócio de sentimento romântico que você tá me enviando se "nem tudo for sobre sexo e a gente puder jogar enigma do medo".
faz quase um ano desde a última vez que eu parei pra escrever sobre isso. eu sei que eu sou poeta e o bem mais precioso que eu posso ter são musas. eu sei que a minha poesia captura com uma beleza digna das deusas a face e a bondade dessas minhas musas. as vezes pode até soar como blasfêmia, uma vez que eu descubro a brutalidade por trás da alma me me inspira. é com sinceridade que digo que nem uma única vez me arrependi de ver a beleza dentro do caos de alguém.
ainda assim, minha poesia é auto centrada, no final das contas. é sobre os meus sentimentos, as borboletas no estômago que são ativadas em mim quando sou afetado pelo sorriso de quem cerca meus pensamentos. por esse motivo não me arrependo.
dessa vez, resolvi caminhar de olhos muito bem abertos. sinto tudo na mesma intensidade de sempre, a mesma enxurrada de reações químicas que sempre me atordoaram. a mesma dose de expectativa e ansiedade generalizada que me embreaga. mas me recuso a me perder.
eu não sou meus sentimentos, eu não preciso perder para mim mesmo e a súplica por alguém com quem compartilhar meu universo. não é por necessidade que eu quero alguém do meu lado.
permito que a poesia atravesse meu corpo e até que flores cresçam nas minhas entranhas, mas não vou mais deixar que esse tipo de intensidade faça eu me perder de mim mesmo. eu sou a minha prioridade, nenhuma dose extra de expresso químico vai me desviar do objetivo de cuidar e priorizar a mim mesmo. eu não sou meus sentimentos.
por fim, admito que posso sim me propor a abraçar tudo isso, contanto que consiga entender que "nem tudo é sobre sexo, a gente pode jogar enigma do medo". amém.