exaustão sistêmica
6 de Janeiro
Tipo: Lírico
Postado: 21/12/23 13:08
Editado: 21/12/23 13:11
Avaliação: Não avaliado
Tempo de Leitura: 57seg a 1min
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Palavras: 154
Não recomendado para menores de catorze anos
Capítulo Único exaustão sistêmica

Minha dor se encaixa

Perfeitamente

Na cadeira do escritório

Minhas costas se conectam

Ao formato "ergonômico"

Que causa desconforto

Durante todo o itinerário

Meus dedos de tanto trabalhar

Espasmam e travam

Em momentos sem qualquer receio

Meu olho esquerdo falha

Para enxergar qualquer verdade

Que costumo ignorar por medo

Minha mente pena

Ao tentar criar

Qualquer texto que não

Sirva ao propósito de vendas

Minha boca late xingos

E berros e rugidos

Quando saio da mesa

Para o banheiro

É pior em outros empregos

É o que repito e repito

Desde o primeiro

Vendo minha alma

Para comprar comida

Vendo meus dons

Pra pagar continha

Muto meus sons

E fico na minha

Ouvindo, ouvindo

Os sussurros quentes

Dessa estrutura

Que domina mulheres

E robotiza homens

Ouvindo, ouvindo

Risadinhas sem graça

Que planejam o próximo

Caos controlado

No ambiente de trabalho

É pior em outros empregos

É o que repito e repito

Desde o primeiro.

❖❖❖
Notas de Rodapé

Piadocas que não podem ser ditas em horário de serviço <3

Apreciadores (2)
Comentários (1)
Postado 28/12/23 14:34

Não podemos desistir dos nossos sonhos. É proibido esquecer os nossos dons.

Mas é difícil sozinho, às vezes, no frio do escritório, no cinzento das paredes, no silêncio do dia a dia...

E é por isso que o artista, o poeta, precisa, merece ser amado e cuidado. Porque nunca haverá máquina que substitua a poesia feita com a alma, com o dom.

Jamais deixe de criar, pois você inspira cada vez mais. E o mundo, mesmo que não merece, necessita cada vez mais das suas palavras e da sua paixão!

Como sempre, não há nada com uma poesia sua!

Com muito amor e admiração,

Sjow s2

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