Já reguei as árvores frutíferas e os vegetais, claro que também os adubei, o dia foi longo. Agora, só preciso colher os tomates e alfaces que já brotaram e encerrar o trabalho. Consegui colher duas caixas de tomate e três de alface, menos da metade do que esperava. Não posso me sobrecarregar com o trabalho, pois, amanhã a rotina irá se repetir, como pensei; é impossível eu realizar este trabalho sozinho.
Enquanto preparo a janta, penso em como irei progredir, de fato preciso de alguém para me auxiliar. Tenho trabalhado do nascer ao pôr do sol todos os dias, estou cansado de viver exausto, porém, contratar alguém não será fácil, pois, sempre que confiei em alguém eles me decepcionaram de alguma forma, além disso, eu já me acostumei com a solidão.
Quando meu avô se foi, a única pessoa com quem realmente tive algum contato íntimo, eu fiquei completamente sozinho, e eu prefiro viver assim. Se eu for o meu próprio mestre, não há como culpar ninguém, pelos meus fracassos ou pelas minhas realizações, além de mim mesmo.
A solidão se tornou o meio pelo qual minha vida é guiada. Contratar alguém… não será fácil, não sei se estou pronto para sacrificar minha amada solidão.
Após o jantar eu me deito, e mesmo estando cansado, minha mente não para de pensar: como continuar com minha vida solitária se mal consigo concluir minha rotina diária de trabalho?
A ideia surge repentinamente em meio aos meus pensamentos dispersos. Um autômato! Obter um autômato seria a melhor opção. Já que sou obrigado a contratar alguém, é melhor que este alguém não seja humano, não seja falho.
O conhecimento que possuo sobre robôs é mínimo, diferentemente de meu avô, Philip, eu não faço ideia de como operar, ou manter, um autômato… que se dane! Amanhã irei ao centro comprar um! Não adianta nada ficar revirando os pensamentos e nunca agir. Mesmo que seja difícil, acredito que com o tempo, irei me adaptar a companhia do autômato, e considerando minha outra opção, acho que vale a pena correr este risco.